quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Onde tudo começou....

E agora que estamos na reta final, sempre me lembro do começo da minha entrada no laboratório...


Eu fui de penetra em uma viagem para o Rio Grande do Norte. Até hoje foi a segunda melhor viagem de faculdade que eu já fiz, onde comecei amizades que me sustentam (notem bem, são elas que me sustentam, e não o contrário) até hoje (vide as garotas da foto).
        É nessas horas que eu percebo que eu vou chorar muito no final do ano.

And we searching for shelter...

E quem não está?

Todos nós precisamos ser resgatados por quem amamos...

Meu futuro é tão incerto...

Cara, eu preciso desabafar sobre isso em algum lugar, então que seja aqui.
Meu futuro.
Eu sempre fui capaz de visualizá-lo até certo ponto, prever acontecimentos que para mim eram óbvios. Mas agora, com tudo se encaminhando para o ponto final, eu não sei o que fazer, ou o que acontecerá. Acho que li livros demais, e agora me sinto em um romance de altíssimo nível (tipo Deuses Americanos ou a Trama da Maldade), onde os acontecimentos se desenrolam de uma maneira incapaz de ser prevista.

Preciso escrever monografia, preciso escrever livros, preciso escrever artigos, preciso escrever e escrever e escrever. Preciso crescer um pouco mais, pois o sonho dourado da faculdade está terminando, falta só mais 3 meses.

Só mais 3 meses... e depois, o que será de mim? Será que, finalmente, eu irei para um outro lugar?

Pessoas estão ficando pelo caminho, algumas eu amava, outras eu gostava, mas o que posso fazer? Eu sempre soube que iria perder mais do que ganhar nesse jogo, e acredito ter ainda umas cartas na manga para me defender. Mas, independentemente da vitória ou derrota, as fotos mentem.

Ou não?

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Lisa Garland

Lisa Garland é uma das poucas belezas de Silent Hill 1, sendo uma jovem enfermeira do Hospital Alchemilla, e provavelmente a personagem mais carismática. Meiga e bela, a pobre enfermeira tenta ajudar o protagonista Harry a entender o que está acontecendo na cidade, mas acaba sempre desaparecendo misteriosamente. Sempre aflita e com medo, Lisa misteriosamente não é atacada pelas criaturas que infestam a cidade, e também não consegue sair de dentro do hospital.

Mais tarde, ela percebe que permanece "viva" apenas por não ter percebido antes que era o mesmo que as demais enfermeiras monstruosas que vagavam pelo hospital (representadas com perfeição no filme Silent Hill).

Ela então pede ajuda ao protagonista, mas este recua ao vê-la sangrar pelos olhos, testa, ouvidos, nariz e boca. Lisa implora por ajuda, mas o protagonista do jogo (um filho da p***) foge, e deixa a pobre enfermeira "morrer" trancada no quarto.

Por conta da música e da composição, a cena da transformação de Lisa se torntou uma obra-prima das antigas cutscenes dos jogos. E a própria Lisa retornou em vários outros jogos da série, mas jamais de forma tão sexy e assustadora como essa.
 
"De alguma forma eu sinto que não deveria deixar esse lugar. Oh, Harry, eu estou tão assustada... Eu estou com frio...."


The Girls, by Neil Gaiman

THE NEW AGE


She seems so cool, so focused, so quiet, yet her eyes remain fixed upon the horizon.


You think you know all there is to know about her immediately upon meeting her, but everything you think you know is wrong.


Passion flows through her like a river of blood.


She only looked away for a moment, and the mask slipped, and you fell.


All your tomorrows start here.

domingo, 15 de agosto de 2010

G-Man

G-Man é, provavelmente, o personagem mais famoso da série Half-Life, e no entanto ninguém sabe de onde ele veio, o que faz, e mais precisamente o que é. O fascínio obtido pelo personagem repousa no trabalho de dublagem fantástico do ator Michael Shapiro, e pela sensação de desconhecido que ele provoca. E, acredite, provocar uma sensação de desconhecido em um jogo onde ETs pipocam por todo lado é um trabalho árduo. 

Eu só gostaria de postar aqui a melhor frase de efeito de toda a série Half-Life:

"Prepare for unforeseen consequences..."

Ouvir o ator proclamando essa frase é de dar calafrios.

Nesse vídeo você pode ver todas as incríveis cenas onde o personagem aparece, com legendas em português:

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Silent Hill: o paraíso é aqui.

Há um bom tempo o primeiro jogo da série Silent Hill foi lançado para o Playstation One. O jogo continha inúmeros bugs e limitações, mas trouxe as marcas que seriam para sempre exigidas pelos jogadores e esperadas em cada continuação: limitação na visão, através da lanterna; aviso prévio das criaturas sobrenaturais, criando suspense, através do rádio; terror psicológico adulto; história soberba; névoa. A névoa, por sinal, foi criada para adequar o jogo às limitações do processador do antigo console. Nem todos os jogos foram um sucesso de vendas, mas todos renderam esperas ansiosas para os jogadores.

De todos eles, o que mais me prendeu, me surpreendeu e superou todas as minhas expectativas foi Silent Hill 2, tornando-se facilmente o jogo com a melhor história contada. Óbvio, há inúmeros jogos com boas histórias, mas Silent Hill 2 se destaca pela forma que escolheu contar. Se você continuar a ler, poderá encontrar spoilers, então vá por contra própria.

O jogo conta a história de James Sunderland, um homem que recebeu uma carta de sua esposa, Mary, pedindo para encontrá-la no "lugar especial" deles. Não haveria nada demais nisso, se a esposa de James não estivesse morta há algumas semanas. Em dúvida, James parte para Silent Hill para descobrir-se uma pessoa insana, são ou enganada.

A cidade está infestada de criaturas sobrenaturais.

Mary não está em lugar algum, mas uma outra mulher se encontra com James no "lugar especial". Ela se chama Maria, se veste como uma prostituta e passa a seguir James, alegando temer os monstros da cidade Pouco a pouco Maria vai se tornando menos Maria, e mais Mary, até por fim morrer. James sofre bastante com a perda, mas decide seguir em frente atrás de Mary. Então, Maria retorna, como se nada houvesse ocorrido. James não entende nada e a partir daí já podemos perceber que o protagonista está perdendo a razão.

Maria morre novamente, e James se sente louco. A única alternativa restante é visitar o hotel onde ele e Mary ficaram na última vez que estiveram em Silent Hill. Lá ele encontra uma fita gravada nessa última estadia, onde Mary afirma que Silent Hill já fora um "lugar sagrado" e demonstra estar doente. A fita passa, e revela Mary muito doente e internada. A fita passa, e revela James matando-a sufocada com um travesseiro.

A verdade vem a tona de forma impactante. Silent Hill é uma cidade viva, que atrai os pecadores para fazê-los pagar. James era um assassino, mas sua loucura apagou seus atos de sua mente. A cidade, porém, enviou uma carta para trazê-lo até a verdade. A cidade cria vida para lhe servir, como a pobre Maria, que ao saber quem era entendeu que nada podia fazer se não morrer e voltar a viver. Maria fora utilizada para punir James, pois era isso que ele queria: ser punido. Por matar Mary, o amor de sua vida.

O jogo termina com a revelação de uma carta que Mary escreveu pouco antes de ser morta. Ela diz ter ciência que sua doença trouxe dor para seu marido e tornou sua vida um inferno. Ela diz ter vergonha de seu corpo, de seu estado atual. Ela quer morrer. Mas acima de tudo, ela quer que ele saiba que ela o ama. Que ele a fez feliz.



Silent Hill: o paraíso é aqui.

Amizade:o interesse é de ambos.

Há muito tempo atrás, quando eu ainda buscava informações para consolidar a pessoa que sou hoje, eu perguntei para um ídolo o que ele achava sobre a amizade. Ele me veio com o título desse post, e até hoje eu recorro a essa frase para explicar o delicado processo de relacionamento em uma amizade. É bem simples, na verdade: em uma amizade, você não é o único interessado. Portanto você também não deve ser o único a trabalhar para que essa amizade sobreviva.

Isso é muito importante para mim, pois sou problemático ao extremo com relacionamentos. Eu espero demais das pessoas, cobro demais, e quase sempre me desaponto com elas. Metade das pessoas que falam com você desejam apenas isso: falar. Não querem ser amigas. Não querem a responsabilidade. Elas delegam o direito de desaparecer da sua vida a qualquer instante. Essas eu descarto de imediato.

É na outra metade que os problemas aparecem. Eu já perdi algumas amizades antes de entrar na faculdade por não saber perdoar, e aprendi o quanto eu errava por isso. Desde então perdi uma amizade por conta de uma namorada ciumenta que fez a cabeça de um amigo hétero, abandonei outra para fugir de um grande problema emocional que me arrastava para o fundo, desisti de uma por ter sido traído, descartei outra por que o cidadão tinha o ego maior que o comprimento do Amazonas, deixei outra para trás quando as palavras "mas eu prefiro pensar em mim" foram ditas, e uma recentemente se tornou pó pelo simples motivo que o outro lado gostar costuma me criar confusões, seja contando meus segredos para cardumes de piranhas, ou mentindo e tentando destruir meu namoro. Há outras que foram embora pelo caminho pelo simples motivo do interesse mútuo ter definhado. Se alguém me perguntar o que aconteceu com estes, eu respondo como a Summer em "500 days with Summer": o que sempre acontece. A vida.


A verdade é que eu estimo demais os meus amigos. São as únicas pessoas cuja opinião me importa, e eu posso ser facilmente enganado por eles, pois para eles serem considerados amigos por mim significa que possuem minha inteira confiança. Daí eles costumam fazer merda e não se importar com isso. Eles acham que podem causar e não serem causados. Ledo engano.

Conheço um punhado de pessoas que dizem ser sua amiga e esperam que você aja como tal, mas que nunca o fazem eles próprios. Eles não te contam nada sobre a vida deles, como estão, com quem estão, onde, como ou quando estão. Mas deixe de comparecer a um único compromisso e eles ficarão chateados, pois eles são ocupados demais, sérios demais, insensíveis demais. Eles exigem sem existir. São cogumelos, diria o Pequeno Príncipe.

O mais irônico é quando eu tento avisar os meus amigos sobre como certas pessoas podem ser perigosas, e eles não me escutam. Não é difícil prever o comportamento das pessoas; basta olhar. Mas se há algo que eu aprendi é que as pessoas precisam sofrer por si próprias para aprender. Não adianta ver o outro ser machucado, é necessário se machucar também. Desde então eu apenas observo enquanto as pessoas fazem as escolhas erradas e provocam tristezas sobre si mesmas e sobre quem mais as amava. E você sabe que amadureceu quando resiste a tentação de dizer "eu te avisei", e ao invés se sente triste por não ter impedido de acontecer aquilo que você já sabia há meses que aconteceria cedo ou tarde.

Há aqueles que são imaturos, mesmo com seus 20 e poucos anos, mas "oh", diria alguém na platéia, "quem diabos é maturo aos 22 ou 23?" Eu sou. Maturo o suficiente para pensar antes de falar segredos dos outros, maturo o suficiente para saber que há consequências para cada pequena ação. Maturo o suficiente para abaixar minha cabeça e pedir desculpas. Aceitar que está errado. Eu mesmo estou errado em relação a uma porção de fatos e ando a procura de corrigir meus erros. Você pode dizer o mesmo?

Tem que cuidar, gente. A Raposa confidenciou a um Príncipe, há muito tempo, que você é eternamente responsável pelo que cativa. Que só se vê bem com o coração, pois o essencial não vem estampado na cara. Se você é amigo, você cuida, não destrói. Já há tantos para vir e destruir...

Mas os amigos vem e vão. Ainda é cedo para dizer que isso é tudo, o ano sequer terminou, mas ao computar o balanço atual de amizades perdidas, apagadas ou desistidas, e as ganhas... bem, posso dizer que valeu a pena. Principalmente ao ver para onde as amizades descartadas estão caminhando.

Nesses poucos e bons que eu guardo perto do meu coração, eu tenho certeza: o interesse é de ambos.

E não há nada mais confortante.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

"O primeiro de muitos"

Primeira postagem. Como é meio verdade/meio teste, postarei um texto que um amigo (por quem já fui apaixonado, inclusive. Opa, era segredo?) escreveu para mim, na época em que eu estava me assumindo.

"Ele andava pelas ruas.
Perguntava-se se o próximo passo apoiaria suas pernas ou o deixaria caído ao chão.
Talvez não existissem margens e o futuro fosse um imenso rio caudaloso que tentava, a todo instante, derrubá-lo com sua correnteza, forçando-o a permanecer de pé em pedras escorregadias.
Ele tinha um segredo, posto ao seu coração sem nenhum aviso, que o obrigava a encontrar palavras para que se fosse possível soar sua verdade aos ouvidos de seus amigos.
Mas ele tinha medo.
Ele lhes falava e, a cada vez que isso acontecia, era como se um gigante lhe pulasse das costas, tirando suas imundas unhas que, até então, ficaram cravadas em sua pele.
Ele andava pelas ruas.
E sabia que, logo mais, teria que dobrar a esquina.
Lá vislumbraria o horizonte, e saberia que a vida também caminhava por aí, com todos os seus cadarços desamarrados."

Particularmente, adoro o final.